Mark Zuckerberg, CEO da Meta, anunciou na última semana o encerramento do programa de verificação de fatos da empresa. A iniciativa será substituída por um sistema chamado “notas de comunidade”, onde os próprios usuários poderão corrigir informações diretamente nas plataformas da Meta, como Facebook e Instagram. A mudança, que começou nos Estados Unidos, gerou repercussões significativas no Brasil.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira (8) que as redes sociais somente continuarão a operar no Brasil se respeitarem as leis vigentes no país, independentemente de “bravatas de dirigentes irresponsáveis”.
“Aqui no Brasil, a nossa Justiça Eleitoral e o nosso STF já demonstraram que aqui é uma terra que tem lei. As redes sociais não são terra sem lei. No Brasil, [as redes sociais] só continuarão a operar se respeitarem a legislação brasileira”, declarou Moraes.
Nesta quarta (8), durante cerimônia que marcou dois anos dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, Moraes fez um discurso no qual citou o papel das redes sociais nos atentados. Ele destacou que as plataformas digitais contribuíram para disseminar discursos de ódio e movimentações golpistas, que culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
A mudança na política da Meta ocorre em meio a outras decisões controversas da empresa, como as restrições de conteúdo LGBTQ+ no Instagram. Hashtags como #lésbica, #bissexual e #trans ficaram ocultas por meses devido à política de “conteúdo sensível” da plataforma. Adolescentes, que têm filtros de sensibilidade ativados por padrão, não conseguiam acessar postagens relacionadas. Após pressão da comunidade e da mídia, a Meta reverteu as restrições, alegando que o bloqueio foi “um erro”.
Além disso, a aproximação de Zuckerberg com Donald Trump também levantou questionamentos. Após um jantar no clube Mar-a-Lago, o CEO da Meta expressou interesse em participar ativamente da formulação de políticas tecnológicas do novo governo dos Estados Unidos. Esse movimento contrasta com a postura anterior da empresa, que havia banido Trump de suas plataformas após os eventos de 6 de janeiro de 2021.
As recentes decisões da Meta refletem um momento de redefinição de estratégias e políticas, que vêm sendo acompanhadas de perto por governos e sociedade civil ao redor do mundo.
Fonte: g1.globo.com



